De vez em quando, nessa minha ânsia de viver e só conseguir existir, eu enxergo uma luz. É como um flor resistente que cresce em meio ao concreto- e eu sinto esperança.
Infelizmente não tenho forças, recursos, ou vontade suficiente para agir. Para me tornar aquilo que sempre quis ser.
Noto, com uma profunda tristeza, que minhas lágrimas foram em vão. Nada foi superado em tantos anos de vida, caminhei em passos lentos na estrada da ilusão.
Meu corpo dói, e meu coração não sabe ao certo o que sentir. É uma batalha a lutar sozinha, e meu vazio precisa ser preenchido com alguma coisa.
Olho para o céu e encaro o passado- e me sinto perdida, sozinha e infeliz. Olho para o espelho e não me reconheço, não sei quem sou- e nunca soube.
Criei tantas histórias não vividas e nunca vivi realmente. Sinto que essas mãos que escrevem essas palavras não pertencem a mim.
Eu sinto que não existo, que sou uma telespectadora da vida, e não sei o que fazer com um corpo e um pulmão.
Invention 1969
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
Um aceitar
Nada é real o bastante
Não vejo sorrisos verdadeiramente reais
E meus olhos não enxergam a felicidade nos gestos
Nos abraços
E no balbuciar da humanidade
desesperada por buscar valores que não importam
Nada desse mundo me pertence
E eu não pertenço a esse mundo
Apesar de tudo, caminho
E conto histórias a mim mesma
Isso eu chamo de sobrevivência
E nada pode me parar
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Deserto
Eu espero
Pacientemente
O arco íris depois da chuva
Espero que meus sentimentos amadureçam com o passar da tempestade
Mas sinto que não sou nada
E me preencho com vazio sem sentido
Você não pode entender algo que nem eu entendo
E, felizmente, não pode sentir tudo que sinto
O diferente já não me agrada como antes
Pacientemente
O arco íris depois da chuva
Espero que meus sentimentos amadureçam com o passar da tempestade
Mas sinto que não sou nada
E me preencho com vazio sem sentido
Você não pode entender algo que nem eu entendo
E, felizmente, não pode sentir tudo que sinto
O diferente já não me agrada como antes
Terça feira melancólica
Eu queria me doar ao mundo
Mas cada vez que encho meus pulmões de ar
Sinto que não devo partir de dentro de mim
Assim o mundo me perde
E eu me afasto do mundo
Nem sempre as cores da palheta ficam bem quando misturadas
Mas cada vez que encho meus pulmões de ar
Sinto que não devo partir de dentro de mim
Assim o mundo me perde
E eu me afasto do mundo
Nem sempre as cores da palheta ficam bem quando misturadas
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Palavra solitária
Tenho ciúmes das palavras.
Das minhas palavras e do seu João da padaria.
Do Kafka e Hemingway. Do Machado e do Drummond,
As invejo por sua liberdade.
Quem me dera eu fosse ao menos uma folha de papel.
Palavras. Revolucionárias. Poéticas. Medíocres.
E eu sou apenas um viajante solitário, escrevendo versos as duas da manhã.
Das minhas palavras e do seu João da padaria.
Do Kafka e Hemingway. Do Machado e do Drummond,
As invejo por sua liberdade.
Quem me dera eu fosse ao menos uma folha de papel.
Palavras. Revolucionárias. Poéticas. Medíocres.
E eu sou apenas um viajante solitário, escrevendo versos as duas da manhã.
Eu ouvi um blues ontem e lembrei de você
A sua vida era uma canção, de um banda de garagem. Uma melodia invisível ao mundo, que só o carteiro ouvia no domingo de manhã.
Nas noites era presa em uma casa sem janelas. Nem os invisíveis da noite eram tão invisíveis quanto ela.
Num certo dia, ao tocar teclado no centro da cidade, um amor surgiu. Amor desses que tinha hora para acabar- ela tentando a vida em restaurantes da cidade, ele um artista plástico que todos conheciam.
Ele era o respiro nos seus dias de acalento. E ela não soube ama-lo.
Partiu, com suas tintas, argila e papel.
Ela ficou, tocando na garagem.
Nas noites era presa em uma casa sem janelas. Nem os invisíveis da noite eram tão invisíveis quanto ela.
Num certo dia, ao tocar teclado no centro da cidade, um amor surgiu. Amor desses que tinha hora para acabar- ela tentando a vida em restaurantes da cidade, ele um artista plástico que todos conheciam.
Ele era o respiro nos seus dias de acalento. E ela não soube ama-lo.
Partiu, com suas tintas, argila e papel.
Ela ficou, tocando na garagem.
sábado, 9 de janeiro de 2016
Um plágio sobre o amor
Todas as cartas de amor são ridículas
Todo beijo tem gosto agridoce
Todo sorriso romântico é um escarnio
Todas as juras de amor são mentira
E os começos só existem para um novo fim
Havia um Fernando que dizia:
Todas as cartas de amor são ridículas.
Todo beijo tem gosto agridoce
Todo sorriso romântico é um escarnio
Todas as juras de amor são mentira
E os começos só existem para um novo fim
Havia um Fernando que dizia:
Todas as cartas de amor são ridículas.
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